Revista O Empresário / Número 171 · Outubro de 2012
Se digitar, não dirija. O alerta não vem em embalagens de celular, propagandas de operadoras, nem foi abraçado por autoridades, mas pesquisa feita com 350 jovens de 18 a 24 anos, em cinco capitais brasileiras, mostra que 59% deles escrevem na direção. São torpedos, posts no Facebook, conversas em chats. O levantamento foi feito pelo Ibope. Perguntados se acham o hábito arriscado, 80% disseram que sim e um em cada três reconheceu que não faz nada para mudar. Especialistas se mostraram preocupados com o resultado da pesquisa, encomendada pela seguradora Porto Seguro. É como se o individuo dirigisse de olhos fechados e, quando precisa reagir (frear ou desviar), não dá tempo.
Apesar de o País não ter dados sobre colisões causadas por manuseio do celular, certamente elas estão ocorrendo e as pessoas, morrendo. É pior do que dirigir alcoolizado, porque os olhos não estão na pista. Segundo o órgão americano de segurança no trânsito, o NHTSA, ao teclar um simples “ok”, o motorista aumenta em 23,6% a chance de sofrer um acidente. E, apesar de não ser uma exclusividade nacional, a pouca preocupação do brasileiro com atitudes preventivas é apontada como parte do problema.