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Publicado em: 23/02/2024

Heráclito, considerado o pai da Dialética, é o autor da frase deste título. Ele disse isso mais de dois mil anos atrás. Dois mil anos depois, nos anos 1980 e 1990, este conceito filosófico foi levado às empresas sob o nome de Reengenharia. Redesenho, readequação, reinvenção são palavras do seu repertório.

Hoje, é comum falar que tudo mudou, como se fosse uma grande novidade. Talvez porque nunca uma geração tenha sido tão impactada pela forma rápida com que as novidades chegam, nem houvesse antes redes sociais interligando todo o mundo em tempo real. Mas veja: um rio que passa num determinado lugar, nunca é o mesmo, não é verdade? Por que então dizem que as coisas estão mudando e que as pessoas não estavam preparadas? Alguma vez estiveram? Gente, sempre foi assim. Aliás, era pior. Imagina entrar em uma caravela em Portugal e, olhando as estrelas, chegar ao Brasil e encontrar uma terra povoada, quando se esperava que não estivesse? Isso é que é sair da zona de conforto!

Assim como várias outras empreitadas da humanidade, as grandes navegações ajudaram a expandir os limites do mundo conhecido até então e passaram por várias evoluções. Todo mundo sabe que amanhã será um outro dia. E depois outro, e que as novidades não param de se anunciar. O que falta então para você acompanhar o ritmo das mudanças? Na minha opinião, duas coisas já ajudariam bastante: praticar o desapego, mergulhar no autoconhecimento para conhecer suas ambições e seus limites e empreender a si mesmo, mesmo que você esteja a serviço de uma empresa.

E esta empresa? Esta precisa entender que agora ela tem que estar cada vez mais perto do significado de uma comunidade, com valores claros que norteiam a atração de pessoas que querem continuar trabalhando lá e de outras que querem trabalhar lá porque se identificam com suas práticas e sua proposta para o mundo.
Passada esta visão inicial, vamos às próximas. José Ortega y Gasset, fundador da linha filosófica Escola de Madrid, falava que “o homem é o homem e suas circunstâncias”. Pois bem, então o primeiro passo é tentar imaginar os próximos anos aqui no Brasil, já que aqui vivemos. Viveremos uma crise de no mínimo três anos no país e, pelo jeito, também no mundo. “E agora!?” Gritarão os assustados. E agora, vamos nos preparar. Primeiro ponto: faça o que vale a pena. Estude, leia, entenda os fundamentos das coisas. Conheço pessoas que fazem cursos pra tudo e não trabalham em nada daquilo. Se você puder, faça também.

O conhecimento é uma arma que desempata reuniões, abre oportunidades, constrói novas amizades ligadas a um propósito, traz respeito profissional na disputa de uma vaga ou de uma promoção. Hoje, empresas como Google, Apple e outras anunciam que não têm o diploma universitário como pré-requisito para contratação. Não tenho nada contra as universidades, pelo contrário; fiz graduação e pós-graduação e acho que uma universidade alinhada aos tempos atuais ainda tem seu valor.

Mas tenha certeza de que não é mais suficiente. Me graduei em 1990 e, naquela época, já não era. Já se dizia “seu diploma só vale por dois anos. O processo de aprendizado e aperfeiçoamento é contínuo. Sua carreira daqui a alguns anos valerá quanto você aprender, vivenciar e se reciclar daqui pra frente”. Reciclar, a propósito, era uma palavra muito usada naquela época. Sempre fui ligada no ambiente de estudos, ambiente acadêmico (isso era um assunto sério na minha casa, por n razões), e esta palavra, de tão repetida, acabou ficando na minha cabeça. Reciclar, obviamente, vem de ciclo, novo ciclo. Voltando à dialética, no meu livro (Novas Questões, Respostas Diferentes | Alta Books, 2018), abordo o esquema básico da dialética – tese, antítese, síntese – que nos ajuda a entender as constantes e naturais evoluções de qualquer movimento. Isso serve para empresas e para a vida de qualquer pessoa.

Ao citar, no parágrafo acima, a necessidade de sermos “empreendedores de nós mesmos” e de investir no autoconhecimento, refiro-me também a estes ciclos, que são infinitos. Porém, a cada ciclo que se repete, estamos normalmente melhores, mais bem preparados. Vejam um dado interessante: 7 dos 10 maiores bilionários norte-americanos não se formaram em universidades. Por outro lado, há também pessoas que não estudaram nada e professam na internet com milhares de seguidores como se fossem experts em determinados assuntos. Como você pode separar o joio do trigo? Sendo você a pessoa que tem capacidade de avaliação, que compreende os fundamentos das áreas de conhecimento. O que vale é quem você é, quem você constrói. O tamanho da sua alma, da sua vida, da sua relação com tudo e com todos vem de dentro de você.

Hoje me atrevo a dar alguns conselhos a pessoas que me procuram a fim de ouvir alguma palavra de estímulo ou orientação profissional. Pessoas que muitas vezes não conheço, mas me viram em alguma palestra ou debate e me pedem um contato através de alguma rede social. Cada caso é um caso, mas de um modo geral, acho que existem atitudes que servem para todas as pessoas no mercado de trabalho.
Primeiro: poucas pessoas venceram sendo tristes e apáticas. Eu, por exemplo, prefiro trabalhar com pessoas que têm bom humor e otimismo, isso faz diferença.
Segundo: não seja uma pessoa preconceituosa. Além de ser ruim para a vida, para a sua alma, é péssimo para a convivência.

Terceiro: estude, estude, estude muito. Saiba o que ninguém sabe; saiba que ninguém sabe tudo. Pondere sobre as manchetes. Vejo um monte de palestras de como se fazer uma empresa unicórnio e o cara que está assistindo sentado ao meu lado acabou de abrir uma pequena empresa de design. Vá estudar Michelangelo, meu caro, antes de pensar em ser unicórnio. Não leia apenas livros de negócios disruptivos. Se hoje você tem uma ideia realmente genial e a capacidade de colocá-la em pé, espero que antes você tenha sido excelente nas suas disciplinas. A qualidade é necessária nas coisas mais comuns do dia a dia, não só nas disrupções.

Quarto: Tente não se enganar. Propaganda na internet gritando as palavras sucesso e empoderamento, muitas vezes são ótimas apenas para vender autoajuda. Outras gritando palavras como disrupção, Vale do Silício, tecnologia, na sua maioria das vezes, são um copy/paste de várias outras palestras já “recicladas” por aí. Procure saber quem está propondo estes conteúdos e procure conhecimento aplicado.

Quinto: Tenha cultura geral, se interesse pelos assuntos que estão movendo o mundo, mas também o seu mundo, o mundo da sua cidade, do seu estado. Lembre-se que você mora no Brasil, procure oportunidades e crie características que se encaixam no Rio, em São Paulo, em Salvador, não em Londres ou em Nova York. Procure fazer diferença dentro da cultura em que você vive, que você conhece bem, que você sente na pele. Por fim, acostume-se às mudanças, aos ciclos. Isto é o fluxo natural da vida. Em qualquer época, em qualquer circunstância.

Por: Gal Barradas


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