Dados fazem parte da 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa conduzida pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)
Mais da metade da população (51%) enfrenta alto estresse financeiro. É o que mostra a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa conduzida pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha.
As principais causas dessa pressão são a necessidade de aumentar a renda (84%), dificuldades para controlar as finanças (83%) e o esforço para cortar gastos supérfluos (72%). Metade das pessoas afirma ainda se sentir constantemente pressionadas com os próprios gastos.
A novidade desta edição do estudo é a criação de um índice de estresse financeiro desenvolvido pela associação para orientar os resultados desse bloco da pesquisa. Se antes os níveis de estresse eram baseados apenas na autopercepção dos entrevistados (baixo, médio ou alto estresse), o novo índice propõe uma análise mais abrangente, a partir das reações a 12 afirmações concretas, como “estou sempre preocupado em aumentar a minha renda” e “tenho muito cuidado em controlar minhas finanças”.
O cruzamento entre as autodeclarações e o índice chama atenção para algumas discrepâncias, especialmente nos níveis médio e baixo: apenas 5% estão no grupo de menor estresse, embora 22% se considerem pouco estressadas; e 46% se enquadram no patamar intermediário, ainda que apenas 26% relatem se sentir dessa forma.
O levantamento mostra ainda uma ligação direta entre endividamento e estresse: um terço da população — cerca de 52 milhões de brasileiros — afirma ter alguma dívida em atraso em casa, seja própria ou de outro morador e, dessas pessoas, 66% declaram estar sob forte estresse financeiro. Entre quem não tem dívidas, o percentual é menor: 44%.
Quem mais sente o impacto
O estudo mostra que as mulheres são as que mais lidam com a pressão financeira: 60% delas relatam alto estresse, ante 41% dos homens. Já no recorte geracional, os grupos em plena fase produtiva são os mais afetados: 57% dos millenials (entre 29 e 43 anos) e 53% da geração X (de 44 a 63 anos) relatam alto estresse financeiro. Já entre os boomers (com 64 anos ou mais), 39% dizem ter baixo nível de estresse.
“Parte importante do alto nível de estresse relatado pelos brasileiros e brasileiras tem a ver com a insuficiência de renda e a volatilidade do cenário socioeconômico. Basta notar o quanto o problema é mais acentuado nas classes C, D e E”, diz o superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, Marcelo Billi.
Ele acrescenta que, mesmo entre as pessoas mais ricas há uma parcela grande de entrevistadas relatando altos níveis estresse. “Isso mostra que falta de educação financeira e planejamento também são fatores significativos para o desequilíbrio nas finanças e a deterioração da saúde financeira e mental”, observa.
Metodologia
A medição foi feita com base na autodeclaração das pessoas entrevistadas, por meio de uma escala de zero a dez, em que zero representava ausência total de estresse e dez o nível mais alto.Com base nas respostas, os participantes foram agrupados em três categorias: baixo estresse (notas de 0 a 4), médio estresse (de 5 a 7) e alto estresse (de 8 a 10).
A oitava edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro é baseada em entrevistas que aconteceram entre os dias 4 e 22 de novembro de 2024, com abordagem pessoal e aplicação de questionário estruturado em tablet, com 5.846 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de
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