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Publicado em: 05/03/2019

Muitos pesquisadores já tentaram encontrar uma fórmula para a inovação, a partir de diferentes áreas — tecnologia, administração, economia, antropologia, biologia.

Alguns estudos ficaram mais famosos e ganharam a reputação de “Leis da Inovação”, como a Lei de Heaps (aplicada inicialmente à linguística) e a Lei de Zipf (aplicada inicialmente à estatística). Ambas são equações que procuram conferir previsibilidade ao processo de inovação.

Numa empresa, seria um sonho contar com uma equação assim. Não chegamos lá, mas de alguns anos para cá passei a testar e aperfeiçoar um modelo para ajudar as organizações nesse esforço. Seguem os sete elementos do modelo:

1. Liderança:

inovação não é um departamento, é um processo. Mas é um processo diferente dos demais, por pressupor falhas. A inovação só acontece após muitas tentativas. Assim, a orientação para inovar tem de vir do topo da organização, para que seja sustentável no longo prazo. O CEO deve ser o grande patrocinador da causa.

2. O cliente no centro:

empresas inovadoras costumam desenhar produtos, serviços e processos internos a partir da visão do cliente. Fala-se muito em “customer centricity”, mas o que se vê na prática são apenas experiências de uso melhoradas. Isso é só parte da equação. O desafio de ter um mindset real de foco no cliente está no redesenho dos processos internos, e não dos produtos.

3. Diversidade:

até dez anos atrás, era comum entrar no escritório de uma grande empresa e ter-se a impressão de que os funcionários haviam estudado nas mesmas escolas, liam as mesmas revistas, compravam nas mesmas lojas. Procurava-se contratar pessoas já semelhantes à maioria da empresa. Hoje, sabemos que quanto mais tivermos pessoas diferentes umas das outras na organização, mais ricas serão as discussões e mais desafiados os profissionais serão no dia a dia.

4. Metas e incentivos:

se a inovação não estiver nas metas dos executivos e das áreas, não se tornará prioridade. Gosto do exemplo da 3M, que há anos tem como meta para executivos de vendas que um terço da receita venha de produtos lançados no último ciclo. Com esse incentivo, se os produtos mais recentes não tiverem market-fit, a área de vendas pressiona a de produtos, que vai atrás de P&D. Assim o processo se retroalimenta em iterações que acabam por chegar ao objetivo descrito no início.

5. Cultura de aprendizado e colaboração:

há alguns anos eu separaria aprendizado de colaboração. Na era digital, andam juntos. A colaboração é uma importante ferramenta para o aprendizado, visto que o conhecimento é o único ativo que se multiplica ao ser dividido. Num mundo com informação abundante e necessidade de curadoria, a colaboração é um forte aliado. E uma cultura de aprendizado é o primeiro passo para a tolerância a falhas, fundamental numa empresa inovadora.

6. Quantidade de ideias:

o senso comum ainda associa inovação a mentes brilhantes — ou seja, sobrevaloriza o poder das ideias. Em pesquisa básica, não aplicada, isso até é verdade. No mercado, o que vale de fato é a execução. Vale mais a ideia razoável que possa ser testada e implementada do que a ideia excepcional que não possa ser validada. Por isso, quantidade importa: quanto mais ideias forem exploradas, maiores as chances de a empresa transformar algumas delas em valor.

7. Fluxo de ideias:

se aumentamos a quantidade de ideias geradas, precisamos fazer com que elas circulem pela organização e passem por críticas, testes, aperfeiçoamento. E um fluxo desestruturado tende a ser mais eficaz que o estruturado. Um exemplo comum de fluxo estruturado inclui reuniões agendadas, com periodicidade fixa, para intercâmbio de ideias.

É mais produtivo o oposto: facilitar conversas informais, espontâneas e não programadas. Por isso houve nas sedes das empresas um boom de áreas abertas, mesas coletivas, pufes coloridos, cafeterias atraentes e geladeiras com comida e bebida de graça. Isso tudo para estimular o encontro casual, o compartilhamento de ideias, as discussões ricas.

Isso até ganhou um nome bonito, resgatado de um conto infantil do século 18, para se referir às descobertas felizes feitas meio sem querer: serendipidade. Segundo o MIT Innovation Initiative, inovação é “o processo de levar ideias da concepção ao impacto”.

Os sete elementos acima são, em minha visão, as capacidades desejáveis/necessárias para que as empresas possam implementar um modelo que contemple métodos ágeis, que adequem a velocidade da organização ao ritmo frenético do mercado atual.

* Guilherme Horn é digital Innovation Partner da Accenture
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