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Publicado em: 24/02/2019

Leiliane é a vendedora de 28 anos que salvou o motorista do caminhão no acidente com o helicóptero onde estavam o piloto Ronaldo Quatrucci e o jornalista Ricardo Boechat, mortos na última segunda feira, em São Paulo.

Sem querer rotular o comportamento dela como heroína, para não dar a ideia de que isso é para poucos (os que estão num pedestal), quero mostrar que a motivação dela estava baseada na força, autoconfiança, audácia e determinação, qualidades de quem sabe o que quer. Ela só queria ajudar quem pudesse estar vivo (era nisso que ela pensava naquele momento).

As cenas mostradas na internet sobre a postura da moça podem inspirar quem deseja se comunicar melhor e, por vezes, se limita a manifestar o que pensa e deseja por timidez, medo do julgamento ou por achar que não tem nada de bom a oferecer (sintoma da baixa auto-estima).

No depoimento à Polícia, Leiliane contou que estava na garupa de uma moto e passou ao lado do caminhão no momento do acidente. Num dos vídeos que registram os primeiros socorros, ela já aparece sobre a guia de proteção da pista do Rodoanel, ao lado da cabine do caminhão.

Preste atenção na forma como ela se comunica. Veja (ou reveja) as cenas antes de continuar lendo o texto:

Relacionei o comportamento dela com o desenvolvimento pessoal que reflete em uma comunicação mais aprimorada. Veja a lista e faça suas conclusões sobre a sua forma de ser, agir e se relacionar com as pessoas:

1. Tomada de consciência:

Quando presenciou o acidente, ela não bancou a curiosa, virou a cabeça para ver o ocorrido e seguiu viagem. Leiliane percebeu que aquela era uma oportunidade para entrar em ação, foi lá e fez. A postura determinada e confiante só aconteceu, porque ela estava acordada, conectada com a sua missão de vida; talvez nem tivesse consciência disso, mas alguma coisa maior fez com que ela se mexesse. O oposto seria fazer parte da manada, virar a cabeça para ver o acidente e dizer ‘nossa, que horror’, dar de ombros e fingir que não era com ela.

Na comunicação: quando houver uma oportunidade para se manifestar, não perca a chance. Pode ser pra orientar, ensinar, inspirar, compartilhar. Em todas as situações, você estará sempre se doando, esse é o princípio da comunicação.

2. Atitude:

Não houve tempo para dúvidas. Qualquer tempo perdido em dúvidas poderia prejudicar o atendimento à vítima. No lugar da dúvida, ela colocou a confiança.

Na comunicação: sem a permissão para pensamentos negativos e desalinhados com a sua missão, é mais fácil aproveitar a oportunidade de comunicação. Se na hora que viu o acidente, a Leiliane tivesse pensado: ‘será que eu paro pra acudir?’, ‘será que eu poderei fazer algo?’, ‘será que não é tarde demais?’, ‘será que eu darei conta do recado?’, ela não teria feito NADA. A escolha dos pensamentos contribui para a realização de qualquer objetivo.

3. Rapidez de raciocínio:

Será que a moça tinha curso de primeiros socorros, já tinha feito um atendimento desse porte antes e sabia exatamente o que fazer? Aposto que a resposta é não para as três perguntas. Como ela não se limitou para tomar a iniciativa, se permitiu para descobrir o que fazer ao longo do FAZER.

Na comunicação: a fluidez vai acontecendo a medida em que a oralidade acontece. É claro que em casos de apresentação em público, é primordial que se conheça o conteúdo, mas em outras manifestações você não precisa dominar conteúdo algum, basta confiar que vai dar certo e se comprometer com isso. Por exemplo: se encontra o documento de alguém caído no chão, o que você faz?

Joga no lixo, procura alguma forma de identificação para fazer contato, entrega para um segurança que se responsabilize pela devolução ou passa por cima como se nada tivesse visto? Ao vir o nome e a foto no documento você pode não saber o que fazer para encontrar o dono, mas ao longo do caminho vai entender quais as alternativas para resolver a questão, mesmo que ela não esteja diretamente ligada a você.

4. Iniciativa:

Como ela deixou fluir, a iniciativa apareceu naturalmente. O que é emperra o medo, que não constrói e não liberta.

Na comunicação: o sofrimento que antecede a uma apresentação por receio de que o resultado não será positivo impedem exatamente isso: que o resultado seja positivo. É como uma programação. Inverta o processo: quando o medo aparecer, converse com ele e proponha uma trégua. Se ele continuar controlando você, o bloqueio será inevitável.

5. Calma:

Mesmo não tendo o roteiro sobre o que faria, Leiliane não se desesperou, afinal, nem tudo pode ser previsível, estudando antes. O comportamento da mulher que você vê no vídeo é de alguém que tem controle sobre a situação, mesmo não sabendo exatamente como agir.

Na comunicação: a autoconfiança e a consciência sobre a missão vão lhe fornecer o estado de espírito necessário para resolver qualquer questão. E quando os ‘brancos’ aparecerem no meio da fala? O apego ao medo de que isso aconteça e a dificuldade de aceitar a vulnerabilidade que esse tipo de situação impõe podem ser substituídos pela confiança de que o melhor caminho se apresentará numa situação de dificuldade. De novo, a confiança.

6. Busca de ajuda:

Nem sempre dá pra fazer tudo sozinho, por mais autoconfiante que alguém seja. E por que não pedir ajuda? Foi o que a Leiliane fez. Vários homens, talvez mais fortes fisicamente que ela, estavam ali próximos. Como eles não tiveram a mesma iniciativa tão rapidamente quanto ela, fez a convocação: ‘me ajuda, gente!’.

Na comunicação: não se lembra da melhor palavra para definir algo, se esqueceu do nome do projeto ou ‘deu um branco’ que o impediu de divulgar o próximo tópico durante a apresentação? Peça ajuda à plateia! Não há demérito algum nisso. Compartilhe a sua dificuldade, ofereça oportunidades de participação para a sua audiência e ganhe confiança com essa conexão. Mostrar-se vulnerável aproxima.

7. Criatividade:

A medida em que a Leiliane tomou consciência, teve atitude, calma, rapidez de raciocínio e iniciativa, as ideias foram aparecendo. Não havia um roteiro pronto, mas automaticamente tudo foi sendo apresentado.

Na comunicação: ser criativo é só o resultado de todos os comportamentos anteriores. Quanto mais você se expõe, mais aprende com as situações de vulnerabilidade. Permanecer na zona de conforto não promove crescimento.

8. Autoconfiança:

A Leiliane não teria feito nada do que fez se não fosse autoconfiante, comportamento que ela mais demonstra durante o atendimento ao caminhoneiro. Não havia empecilho, nem obstáculo, só o objetivo de ajudar. Essa não é a maior missão de um super herói?

Ah, Aurea, mas você disse que não queria rotular a moça como heroína. Sim, e não vou, por que longe de desmerecer o que ela fez, quero esclarecer que cada um de nós pode ser um super herói para quem precisar de ajuda e, acima de tudo, para nós mesmos.

Na comunicação: para agir como um super herói que não vê problemas, só oportunidades, é preciso ser autoconfiante, crer no próprio potencial, reconhecer suas habilidades e pontos positivos. É preciso aceitar que merece o que tem e já conquistou e é necessário entender que não é arrogância nenhuma se colocar a serviço do outro, porque tem iniciativa, determinação, objetivos e vontade. Se a Leiliane tivesse se bloqueado com esses pensamentos, não teria agido.

9. Ressignificação de crenças limitantes

Se ela mantinha alguma crença limitante, o atendimento que prestou foi o suficiente para resolver todas. Vamos estudar rapidamente, o que poderia ser uma crença que a teria limitado a agir:

- sou mulher, sexo frágil, e não posso fazer isso;

- não tenho força física para tirar o caminhoneiro de lá;

- isso é tarefa para a Polícia Rodoviária e equipe do Resgate:

- estou em cima da hora para me apresentar no trabalho;

- vão pensar que quero me exibir se subir no caminhão para ajudar aquele homem;

- não tenho capacidade para fazer nada para ajudar aquele homem.

Eu poderia listar outras, mas essas já dão o caminho para esclarecer o que pode ser uma crença que limita a ação e por que isso prejudica o desenvolvimento pessoal e da comunicação. A Leiliane não pensou em nada disso (talvez nada disso nunca tenha incomodado mesmo).

Na comunicação: quais são as crenças que limitam você a se manifestar em uma conversa 1 a 1, numa reunião, apresentação em público ou entrevista para a imprensa? Entender o que motiva a manutenção da crença é determinante para mudar o cenário e a forma de se comunicar. O autoconhecimento é o caminho.

10. Empatia:

Leiliane deveria evitar situações de estresse, porque logo será submetida a uma cirurgia. Ela poderia ter se preservado e não priorizou isso. A empatia falou mais alto, o dever de fazer algo por alguém que precisava de ajuda foi mais importante do que pensar no horário de trabalho e na própria segurança física num ambiente altamente arriscado.

Na comunicação: lembra do exemplo do documento encontrado no chão? Ao se colocar no lugar de quem o perdeu, você percebe que a sua iniciativa, criatividade, atitude e rapidez de raciocínio poderiam ajudar alguém que seria eternamente grato por sua disposição de se colocar no lugar dela e pensar no transtorno de tirar a segunda via e etc. Na empatia está o início de tudo. Pratique primeiro essa virtude e todas as outras ações acontecerão.

11. Consciência sobre a missão:

Missão de vida é aquilo que move suas ações, é o que inspira para fazer acontecer e é o que te faz levantar da cama com disposição de manhã. Qual é a sua missão de vida? Talvez ainda não tenha definido isso, mas já sinta que há algo maior que funciona como uma inspiração. Eu acredito que com a Leiliane seja assim pelas palavras que ela usou: ‘eu precisava fazer alguma coisa’.

O compromisso com a realização vem da consciência da missão. Quem não sabe o que quer, vai na toada dos outros, sob o efeito manada, sem determinação; só vai.

Na comunicação: quando a missão é clara, você perde o medo de falar em público, o receio de ser julgado e para de sofrer para se expor, porque entende que a sua comunicação pode ajudar o outro e, como no caso da Leiliane, pode até salvar uma vida.

Agora, faça um balanço dos comportamentos que já pratica e os que ainda podem ser intensificados. Um novo hábito só se fortalece com a prática.

(Áurea Regina de Sá)
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