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Publicado em: 11/02/2019

Em texto publicado neste mesmo espaço, em 22 de maio de 2018, o professor Luca Borroni-Biancastelli, com muito brilho e clareza, nos chama a atenção para o fato de que nenhum empreendedor, por mais capaz que seja, vence sozinho. Os empreendedores bem-sucedidos, segundo ele, cercam-se de pessoas capazes, alinhadas, apaixonadas pelo negócio, que sejam também colaborativas e agregadoras.

Além disso, importantíssimo, é necessário que os membros do time aportem capacidades complementares às do próprio empreendedor e essenciais ao desenvolvimento e gestão do negócio. Para Borroni-Biancastelli, “nenhuma startup é criada por uma pessoa só, por mais genial que ela seja. Uma empresa de uma pessoa só não saberia adquirir velocidade e, desde logo, não teria agilidade para se estruturar e para desbravar seu próprio mercado.”

Phil Knight, fundador da gigantesca e extremamente bem-sucedida Nike, é um grande exemplo para ilustrarmos a necessidade de o empreendedor se cercar desde o início das pessoas certas. Ele publicou em 2016 sua autobiografia, narrando sua epopeia desde a criação da empresa até transformá-la em um negócio multibilionário. Com base em seu relato, percebemos como sua visão, persistência e a presença de poucos mas essenciais “companheiros de viagem” transformaram a Nike em um dos maiores sucessos empresariais do século XX.

Relembrando brevemente a trajetória de Phil Knight e da própria Nike, seu ponto de partida foi imaginar que os tênis japoneses pudessem superar rapidamente (no início da década de 1960) os tênis alemães da Adidas e da Puma, assim como as câmeras fotográficas japonesas estavam superando as câmeras alemãs. Esse insight veio das aulas de empreendedorismo no MBA de Stanford.

Sem nenhum contato, experiência ou dinheiro, ele foi até Kobe, no Japão, e usou de sua capacidade de persuasão e de inspirar confiança para convencer Kihachiro Onitsuka, fundador da Onitsuka Tiger (hoje ASICS), a lhe dar a representação dos seus tênis de corrida para a costa oeste dos EUA.

Fundou a Blue Ribbon (que depois viria a se tornar Nike) em sociedade com Bill Bowerman – treinador de atletismo do Oregon e depois da equipe olímpica americana – com 500 dólares cada, ou seja, praticamente sem capital, e passou vários anos assombrado pela falta de recursos financeiros, temendo falir ou ser destituído como representante pelos japoneses.

Quase dez anos depois – como reação ao risco de perder a venda dos Tiger –, iniciou a produção em uma fábrica no México, pagou 35 dólares pelo logo e adotou o nome Nike (a deusa da Vitória na Mitologia Grega) por sugestão de seu incansável e entusiasmado homem de vendas, Jeff Johnson. Bowerman tinha o conhecimento técnico sobre o funcionamento dos tênis de corrida e foi o responsável pelas experiências com novos solados e o desenvolvimento de novos modelos.

Além de Bowerman e Johnson, Phil Knight não teria chegado ao sucesso sem um outro parceiro desde os momentos iniciais da Blue Ribbon: Robert Woodell, cuja capacidade de organização e gerenciamento e de antecipação de problemas organizacionais o levou à posição de primeiro COO da Nike.

Ao longo dos anos 70, a Nike passou a desenvolver calçados para não atletas, mas a empresa só se consolidou com a abertura de capital em 1980. O incrível crescimento das vendas nos anos seguintes decorreu da inovação liderada por Bowerman e pelo uso do poder de atração de atletas famosos, em especial John McEnroe e Michael Jordan.

Hoje, a Nike tem um faturamento anual de US$ 30 bilhões e cerca de 70.000 funcionários. Obviamente, inúmeros desses funcionários impactaram de maneira diferenciada o crescimento e os resultados da empresa, mas sua história teria sido outra se, ao poder de referência, visão e persistência de Phil Knight, não tivessem sido agregados, desde o início, o conhecimento técnico e a capacidade de inovar de Bowerman e as qualificações, brilho e empenho de Johnson e Woodell, respectivamente nas frentes comercial e de operações. Juntos, eles superaram todas as dificuldades geradas pela falta inicial de capital e de poder de barganha nas negociações e construíram do zero uma marca e uma empresa para concorrer ombro a ombro – e em parte superar – as gigantes já estabelecidas Adidas e ASICS.

Fabio De Biazzi é doutor em Engenharia de Produção pela POLI-USP
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