Constantemente, frente aos diversos desafios do dia a dia, mantemos conversas internas (aquelas vozes que surgem dentro de nós) com nós mesmos. Já se deu conta disso?
Essas declarações constantes e somadas acabam norteando nossa filosofia de vida e nossos comportamentos, seja de forma consciente ou inconsciente, uma vez que tendemos a formular nossas emoções e ideias com palavras e sentenças, o que carrega consigo nossas crenças e pressupostos que achamos ser “verdades” inquestionáveis.
Dr. Albert Ellis, pai da terapia Racional-Emotiva Comportamental (TREC) e Terapia Cognitiva (TC), identificou 11 crenças irracionais que permeiam os indivíduos e distorcem nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos face a determinados acontecimentos.
Tais distorções, ao meu ver, podem interferir negativamente na nossa felicidade. Conforme cita Vera Martins¹ (p. 91), essas crenças são:
I. A ideia de que existe extrema necessidade de qualquer ser humano adulto ser amado ou aprovado por qualquer outra pessoa significativa em sua comunidade;
II. A ideia de que se deve ser inteiramente competente, adequado e realizador em todos os aspectos possíveis para ter valor; ou seja, você tem que ser perfeito em tudo;
III. A ideia de que é terrível e catastrófico quando as coisas não são do jeito que gostaríamos que fosse. A ideia de que há invariavelmente uma solução certa, precisa e perfeita para os problemas humanos e que é catastrófico se essa solução perfeita não é encontrada;
IV. A ideia de que certas pessoas são más, perversas e “velhacas” e que elas deveriam ser severamente responsabilizadas e punidas por sua maldade;
V. A ideia de que a infelicidade humana é extremamente causada e que as pessoas têm pouca ou nenhuma habilidade para controlar seus infortúnios e distúrbios;
VI. A ideia de que, se alguma coisa é ou pode ser perigosa ou assustadora, deve-se ficar terrivelmente preocupado e ficar “ruminando” sua possível ocorrência;
VII. A ideia de que é mais fácil evitar certas dificuldades ou responsabilidades da vida do que enfrentá-los;
VIII. A ideia de que se deva ser dependente dos outros e de que é necessário alguém mais forte em que se apoiar;
IX. A ideia de que a história passada de alguém é um determinante definitivo de seu comportamento presente e que, se algo afetou uma vez fortemente sua vida, isso continuará tendo indefinidamente um efeito similar;
X. A ideia de que se deva ficar transtornado com problemas e preocupações de outras pessoas;
XI. A ideia de que a felicidade humana pode ser alcançada pela inércia e inatividade.