O Natal deste ano deverá ter números recordes de brasileiros com contas em atraso, com reflexos negativos sobre o consumo. Dados da Serasa Experian mostram que em outubro o número de consumidores inadimplentes (contas em atraso de mais de 90 dias) era de 61 milhões, 4,45% a mais que em outubro de 2016, quando somavam 58,4 milhões.
É o maior contingente da série histórica da Serasa, iniciada em 2012, e que já tinha sido atingido em maio deste ano.
— O patamar de inadimplentes se estabilizou entre 60,5 milhões e 61 milhões desde março. Trata-se de um nível recorde, e o desemprego foi a principal variável para que as pessoas atrasassem suas dívidas nessa época de crise econômica aguda — diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Embora os bancos continuem pisando no freio na concessão de crédito, da injeção de recursos na economia através da liberação do saque das contas inativas do FGTS, e da ligeira redução do desemprego, a inadimplência dos brasileiros cede num ritmo mais lento que o esperado.
Números dos Banco Centra divulgados na semana passada confirmam essa tendência. Segundo o BC, o nível de atrasos superiores a noventa dias, ficou estável em outubro, em 3,6%.
Assessor econômico da FecomércioSP, Guilherme Dietze, diz que o nível de endividamento atual das famílias só deve recuar com a melhora do emprego.