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Publicado em: 15/01/2012

Passada a correria de final de ano, é natural sentir vontade de desacelerar e até de entregar-se ao ócio. Conservar algumas linhas ou páginas inteiras em branco na agenda nova, no entanto, não é um desejo fácil de realizar, nem mesmo nas férias, para quem está condicionado à roda-vida.

Quem já se pegou angustiado com a falta da obrigatoriedade do que fazer não está sozinho. A dificuldade em viver o tempo livre é cada vez mais comum em pessoas de diferentes faixas etárias e já é identificada como uma enfermidade típica da sociedade contemporânea, caracterizada pelo apressamento cada vez mais intenso e pela centralização no trabalho e no consumo.

"O tempo livre está cada vez mais comprometido com atividades produtivas, embora devesse ser um espaço para mais disponibilidade pessoal. Dentre as consequências, pode-se citar uma série de patologias e mal-estares", afirma o psicólogo José Clerton Martins, coordenador do Otium - Laboratório de Estudos Sobre Ócio, Trabalho e Tempo Livre da Universidade de Fortaleza.

TÉDIO E ESTRESSE

Os sintomas da enfermidade do tempo vão de tédio a estresse, passando por ansiedade e outras sensações negativas para as quais o remédio, é mais conhecido como a mãe de todos os vícios. Ao contrário do que diz o ditado popular, porém, o ócio tem uma dimensão positiva, com benefícios para a saúde, a vida familiar e social, o aprendizado e o desempenho profissional.

No entanto, a confusão do termo com sua natureza negativa - relacionada ao pecado da preguiça pela moral cristã e ao crime de vadiagem pela lei brasileira - ainda é o primeiro fator a prejudicar a experiência do ócio positivo.

Construtivo

Para desfazer essa confusão, ócio construtivo é a expressão adotada por Ieda Rodhen, doutora em ócio e potencial humano pela Universidade de Deusto, na Espanha, referência mundial no assunto. "Chamamos de construtivo porque constrói o ser humano", afirma.

Segundo a professora da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, trata-se de um ócio diferente daquele consumista ou de massa e também do criativo, propalado pelo sociólogo italiano Domenico de Masi a partir de seu livro "O Ócio Criativo", responsável por começar a mudar a concepção desse fenômeno psicossocial na atualidade. "Na nossa perspectiva, não há compromisso com maior rendimento na produção. Claro que, se a pessoa ficar mais saudável, ela irá trabalhar melhor, mas não é isso que enfatizamos e, sim, seu papel na formação e no desenvolvimento", explica.

Uma vez superado o preconceito em relação ao ócio, como fazer para praticá-lo? O mais comum é o ócio manifestar-se em experiências que facilitam o contato consigo mesmo, como ioga, meditação, oração e contemplação da natureza, ou ainda em atividades ligadas ao esporte, às artes e ao turismo.

SEM obrigação

Todas essas práticas, porém, são consideradas ócio apenas se forem vividas dentro de determinadas condições. A principal delas é a liberdade. "Se o sujeito não tem a possibilidade de escolher uma experiência, ele não vive o ócio", explica Ieda, completando com anti-exemplos. "Qualquer coisa que se tenha de fazer impulsionado por químicos porque está na moda ou para agradar a sociedade não se encaixa nessa experiência".

Além de livre de obrigações, a atividade precisa ter um fim em si mesma, o que é conhecido como autotelismo. "Auto porque o ganho está dentro da atividade, não é posterior. É quando a razão que me leva a fazer algo é simplesmente a satisfação e o desfrute e não uma meta, como emagrecer ou fazer contatos".

Em alguns casos, o ócio é a oportunidade de curtir a solidão, especialmente na realidade urbana, na qual se faz necessário criar ocasiões de introspecção. "Em um mundo voltado para fora, para a ação e para o efêmero, é preciso ter momentos de autoconhecimento".

Por outro lado, o ócio também pode ser momento de encontros interpessoais em meio ao isolamento da vida contemporânea, igualmente importante para o desenvolvimento humano.
(Débora Fantin)




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